Eles estão por toda parte. No criado mudo ao lado da minha cama pra anotar sonhos e pensamentos, no banheiro, na escrivaninha, a agenda na minha bolsa, no quarto de hotel. E agora, teclas. Estive com eles mais do q sempre, e por isso, meu estimado botequim, vc às moscas. Sou assim mesmo caprichosa, só venho qd quero. É que a última Frida Kahlo que baixou em mim me fez acordar na tarde seguinte com rímel borrado até as bochechas, e com cara de quem ainda estava chupando o limão. Humor-limão também.
Escrevendo e pensando sobre como escrever é um tanto egoísta.
No meu caso, necessário e vital; terapia, desabafo, sussurro, perspectiva, entendimento. Não é por maldade, é que não tem como ser diferente. Qualquer um que escreva vai fazer isso sob sua própria ótica, seu ponto de vista. Mesmo que esteja contando uma história que não a sua, é inevitável. E quando o papel e a caneta se tornam ouvidos amigos então...
Meus rabiscos quase sempre tiveram característica confessional, herança-costume-gosto dos tempos de meu querido diário; ou talvez eu só saiba (verbo entre aspas é óbvio) falar do que eu sinto, do que eu vejo, do que eu quero. Meu mundinho que é tão insignificante, menos pra mim. Meus sentimentos mais vis, meus piores lados, coisas que não admito nem pra mim mesma, o papel sabe. Numa tentativa de me resolver, vou gastando linhas e linhas. Anos e anos a fio.
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